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terça-feira, 8 de setembro de 2009

O Golpe (Parte 6/8)

O relógio bate uma hora da manhã. Na redação só ficaram Sônia, Bernardo, os militares e eu. O celular de Souza toca. Será que eles descobriram a página? Espero aflito pela sua reação. Ele atende.
- Sargento Souza, boa noite. Como assim Senhor? (Ele me olha com malícia nos olhos). Certo senhor. Faremos isso agora mesmo. (Ao desligar o telefone ele berra ao companheiro) Marinho venha até aqui! Senhor Miguel, acabamos de receber a informação de que está tudo em ordem com o exemplar que irá para as bancas amanhã. Tenha uma boa noite. Vamos Marinho!
As suas últimas palavras quase me derrubaram, mas consegui me manter firme. Os militares saem da minha sala e então entram Sônia e Bernardo. Toca meu telefone e peço para que eles aguardem.
- Registro Alternativo, Miguel, boa noite. Não se preocupe Adão, você não vai ser responsabilizado por nada. Acalme-se homem. Eu sei com quem estamos se metendo. (Ele fala sem parar, não é por menos) Mas saiba que o que você fez foi certo. Sim, também acho melhor você sair da cidade por uns dias. Não, não se preocupe quanto a mim. Até logo e muito obrigado meu amigo.
Olho para os dois jornalistas na minha frente, eles estão apreensivos, repito quase as mesmas palavras que falei para Adão. Sônia aceita o conselho de sair da cidade, sua prioridade é a filha de três anos. Já Bernardo decidiu ficar e me ajudar no que mais eu precisasse. Não esperava outra atitude de um jovem, por isso o escolhi para me ajudar, sabia que ele se entregaria de corpo e alma a esta pauta.
Sozinho com Bernardo começo a falar sobre meus planos.
- Sente-se, vou lhe contar o que precisamos fazer.
- Você planeja algo maior que os textos então?
- Sim, pode ser tarde quando os jornais saírem, vou contatar algumas pessoas que conheço. Pessoas que participam de movimentos sociais. É preciso levar a população às ruas amanhã.
- Certo, e no que eu posso ajudar.

(Continua..)

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