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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O Golpe (Parte 1/8)

Toca o telefone na redação. Atendo.
- Registro Alternativo, Miguel, boa noite.
- Vai haver um golpe amanhã!
Penso em desligar. Deve ser um trote. É comum recebermos ligações de todo o estado com informações escandalosas. Mas como o jornal está quase pronto e já defini as manchetes da edição que vai para cada catarinense amanhã decido continuar a conversa.
- Com quem estou falando?
- Não posso dizer meu nome, seria preso por isso. Mas te afirmo e garanto que os militares, com o apoio do Supremo Tribunal Federal, vão promover um golpe amanhã, tudo esta sendo feito silenciosamente. Amanhã, cada chefe de executivo será anulado e um militar será colocado em seu lugar. Isso vai acontecer no Brasil inteiro.
- Certo. Me diga como isso é possível e como você saberia disso?
- Porque fui o único ministro que não aceitou isso. Miguel entenda bem, já liguei para outras redações, mas não acreditaram em mim. Estou sendo ameaçado por não aprovar isso. Tive que tirar minha família do país.
A porta do meu escritório abre. Três militares entram. Um alto e magro, um mediano e careca, outro baixinho e com um tom mais severo.
- Mas o que é isso? (Grito com minha secretária) Como entram assim em minha sala.
- Não precisamos de autorização para entrar aqui. (Rebate o baixinho, que deve ser o militar de maior cargo entre os três).
Nessa hora vejo que o telefonema era verdadeiro. Lembro que ele ainda está na linha. Penso rápido e volto ao meu contato anônimo.
- Senhor. Entendo a preocupação com o seu filho e como forma de ajudar a achá-lo, peço que me envie mais informações sobre ele com todos os detalhes. Mande tudo para o e-mail
editorchefe@registroalternativo.com.br junto com seu telefone para que eu poça contatar o senhor, no caso de precisar de mais detalhes. Um forte abraço e lhe desejo muita sorte. Garanto que sua família poderá se unir mais uma vez em breve.
O que será que os militares vieram fazer aqui? Desligo o telefone com um certo receio de que os militares possam ter desconfiado de alguma coisa.

(Continua..)

Um comentário:

  1. Quero mais uma vez parabenizá-lo pela ideia. Está muito bom. Gostei da descrição dos militares. E gostei porque você deu enfoque no baixinho, melhorando a direção da história. Mas, não há detalhamento de local e data. Pelo menos a data era importante. A primeiro vista, neste capítulo, parece ser na época da ditadura, mas na hora do e-mail, muda todo o conceito. Outra coisa que não entendi é o porquê do ministro e do supremo tribunal federal. Os militares não avisam os políticos comuns. O mais correto é um militar traidor fazer isso. Pode ser que o cara seja de um partido ligado aos militares, mas mesmo assim, não tem porque ele aprovar, pois esse tipo de assunto jamais seria levado ao congresso em segredo. Outra é que o STF só deixa o leitor confuso. Você usa um nome de uma instituição pra dar credibilidade a história, mas quem não conhece aceita. Porém quem conhece, duvida. Não acredito que o STF estaria envolvido nisso. Você deveria explicar melhor, mesmo com poucas palavras. Outra questão é que o final da história deveria ser mais aterrorizante. O leitor não pode sacar de cara o que está acontecendo.

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